sábado, 25 de maio de 2013

Contributo: O PolyPortugal na Marcha do Orgulho LGBT Lisboa 2013

No reconhecimento de que a autonomia e a liberdade afectivas e sexuais integram vários elementos cruzados (sexo, género, etnia, forma corporal, orientação sexual, entre outros), o PolyPortugal apoia e participa na Marcha do Orgulho LGBT para reivindicar o fim das discriminações e das violências contra as vidas, os afectos e as sexualidades vistas como “diferentes”.

O heterossexismo contra o qual a Marcha luta é também parte da cultura que força a monogamia como único modo de vida digno de respeito. O PolyPortugal entende que as lutas não podem ser fragmentadas, porque também o problema não é fragmentado: machismo, (hetero)sexismo e mono-normatividade andam de mãos dadas e alimentam-se mutuamente. Se pessoas de diferentes credos, cores de pele, ou de sexos iguais, vêm hoje (parcialmente) reconhecido o seu direito a ter e viver as suas relações, isso aponta para uma mudança, cultural e pessoal, no significado de “amor” e de “relação”. Nada há de errado com a monogamia, ou com a heterossexualidade – os problemas surgem quando umas formas de vida implicam discriminação face a outras.

O PolyPortugal pretende juntar à luta pela igualdade de direitos a visibilidade para as questões da não-monogamia responsável e consensual, sem nunca esquecer o contributo e papel histórico que, por exemplo, as comunidades gay e leather tiveram para a criação de formas de estar eroticamente e sexualmente que vão para além dos ditames da monogamia.

E se a crise é um dos temas mobilizadores deste ano, olhemos então para formas de convívio, interajuda e sociabilidade que vão para além da família monogâmica heterossexual – olhemos para como amigxs, famílias (electivas ou não) e outras ligações humanas acabam a multiplicar os amores que temos, vemos e sentimos à nossa volta, criando apoio social e comunitário contra um Estado austeritário.

A Marcha do Orgulho LGBT é um lugar de diversidades, de pluralidades – de afectos diversos onde também o poliamor se inclui na luta pela igualdade social e pelo fim de modelos preferenciais de intimidade.

PolyPortugal